domingo, 1 de junho de 2008

Mórbida paixão



Nunca deixe ninguém saber que nossa relação não é absolutamente perfeita.

Não retruque quando Paul falar.

Sempre sorria quando estiver com Paul.
Seja uma namorada perfeita para Paul.

Se Paul pedir uma bebida, traga-a logo e de boa vontade.

Lembre-se de que você é burra.
Lembre-se de que você é feia.

Lembre-se de que você é gorda.

Não sei por que lhe digo essas coisas, pois você nunca vai mudar.


Trecho de um bilhete escrito por Karla Homolka.

Um comentário:

Om Mani Padme Hum disse...

Escrito por Karla ou pela outra dentro dela? Quantas vezes ela teria tentado parar e não foi capaz? As duas amavam Paul... Uma aparentava uma falsa normalidade e acompanhava seu amor em tudo, mesmo que isso fosse um assassinato, um estupro. Não era crime, era amor. A outra, simplesmente sofria, calada, humilhada, presa dentro daquela mente que a fazia se sentir feia, burra e gorda. O medo de uma era que a outra fizesse Paul ir embora; o medo da outra era não conseguir viver sem alguém lhe ditando ordens de dentro da sua cabeça. Não é fácil dividir a vida com outra pessoa, por mais íntima que ela seja, muito menos quando ela habita seu próprio corpo.